Paira
Thiago Boecan
Solto ao som do vento
Inspiro saudade
Traz de volta, ainda vivo
Aquele sopro ao pé do ouvido
Reduz o encontro ao corpo
Some com a gravidade
Me encilha em seu momento
Me arranca a sobriedade
Arrepia o couro
Um vento quente me invade
Na ternura eu me derreto
E fundo até virar sossego
No limbo eu me converto
Me faço divindade
Enquanto eu não despenco
Ao chamar da realidade
Retornar ao solo
Onde o amor é amargo
Some na rotina
Faz-se ausente, desanima
Me guardo pra o momento
Do couro arrepiado
Teu corpo e o meu ao vento
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